via Facebook!
- Bom dia!
- Bom dia... Pois não?
- Doutor, eu vim aqui porque estou com um problema.
- Sim!
- Eu não consigo fazer com que as pessoas me entendam...
- Certo, e...
- E isso me causa muitos problemas de relacionamento.
- Ok!
- Eu tento dizer a verdade, ser honesto com elas, falar o que eu penso,
mostrar as coisas como realmente eu entendo, mas as pessoas deturpam o
que eu digo e entendem tudo de maneira errada.
- Sei... Sei...
- Isso me causa um estresse enorme e, quando eu não consigo mais administrar tudo isso, eu bebo para relaxar.
- Humm... Mal isso!
- E quando eu bebo, acabo falando mais ainda e, sou cada vez mais incompreendido!
- Bom...
- Isso me gera mais estresse e eu, bebo ainda mais. Em conseqüência
disso tudo, acabo com meu estômago, com minha saúde e minha paciência.
Porém, não consigo me controlar e, quanto mais eu bebo, mais eu falo.
- Ok! E o que você deseja. Parar de beber ou parar de falar?
- Eu, na verdade, queria que as pessoas passassem a compreender o que
eu estou querendo dizer, porém, acho que acontece, completamente, o
contrário!
- Ok. Entendi. Vamos fazer o seguinte. Você vai tomar esses medicamentos e vamos ver se resolvemos o seu problema.
Um mês depois...
- Bom dia!
- Bom dia, como você está?
- Bom, na realidade, não sei...
- Mas não resolveu seu problema?
- De certa forma sim, porém, de outra forma não!
- Como assim? As pessoas não começaram a te entender?
- Humm, como eu disse, de certa forma sim, mas de outra não!
-???
-Bom, vou explicar! Elas começaram a me entender porque eu parei de
falar o que eu gostaria de falar e passei a falar o que elas gostariam
de ouvir.
- Mas não resolveu o seu problema?
- Não! Resolveu o delas, não o meu. Eu continuo pensando da mesma forma, só não falo mais o que penso!
-Mas você, agora, não consegue ter um diálogo com elas?
- Sim, mas não o diálogo que eu gostaria de ter...
- Mas porque não?
- Porque não tenho mais vontade de exprimir minhas idéias e defender
meu ponto de vista. Não tenho vontade nenhuma em tentar fazer que o
outro me entenda, assim, ou eu fico quieto ou falo o que eles querem
ouvir.
- Mas as pessoas, agora, te escutam?
- Sim, mas...
- Ok. Problema resolvido!
- Não! Eu ainda tenho necessidade de falar o que vejo, mas não falo sobre o assunto que estou vendo.
- Humm, visões...
- Não, o senhor não entendeu. Eu sinto, mas não comento...
- Cinestesia!
- Não doutor! Eu ainda vejo, sinto e escuto as pessoas, somente deixei de comentar.
- Audição também...
- Não! Não tenho mais confrontos porque deixei de ser quem eu era...
- Despersonificação...
- Doutor, o senhor não está entendendo! Esse negócio que eu estou
tomando reprime o poder de expressão das pessoas. Eu nunca seria um
Mozart usando esse medicamento!
- Ah! Você acha que é Mozart?
- Não! Eu dei um exemplo. Por exemplo, eu nunca seria um Einstein usando isso...
- Agora você é Einstein. Sei...
-NÃOOOOO!!! Disse que eu NUNCA seria alguém assim, pois o remédio é um
controlador do pensamento, das manifestações cognitivas, das reações
espontâneas e de tudo aquilo que leva um ser humano a desenvolver seu
raciocino!
- Cuidado! Você está começando a se descontrolar...
- Me desculpe, mas o senhor não está entendendo nada do que eu falo.
- Ok. Vamos rever... Você gostaria de ser um Einstein ou um Mozart, certo? Já pensou em ser Napoleão?
Se a pessoa que é um profissional da área e tem como função entender o
que as pessoas querem dizer. Se este profissional, é um profissional
que eu pago para me entender, não me entende, como vou querer que os
outros me entendam?
- Doutor, o senhor poderia aumentar a dosagem da minha medicação???
- Mas é claro!!
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