sábado, 21 de novembro de 2015

Só o futuro dirá...

Conversando (via Whatsapp é claro) com um amigo que estava com dúvidas em como abordar um certo assunto em seu trabalho, lembrei-me de um texto que havia escrito  e que bem poderia auxiliá-lo nisso.

Procurei no meu "bloq" e nada... Nos meus textos e,  nada também... Lembrava do texto, mas teria que reescrevê-lo para que esse tivesse sentido! As vezes o Whatsapp não tem sentido!!

Passaram-se muitos dias, semanas, meses, anos e décadas... E, hoje,  somente hoje eu me lembrei do assunto. E lembrei também que havia escrito textos para um livro, há uns 15 anos, mas não olhava esses texto há, pelo menos, uns 13 anos. Talvez o texto que eu procurava, poderia estar lá.

É, escrevi um texto-livro que algumas pessoas leram, opinaram, e até me incentivaram a publicá-lo, Mas como aqueles que leram eram meus amigo (ou não), resolvi não publicar!

Engavetei tão bem "engavetado", no meu computador (ou computadores, pois ele passa de geração em geração de computadores),  que nem eu conseguia mais encontrar.

 Achei hoje, na verdade, agora mesmo!

Até me deu vontade de revisá-lo para publicá-lo, mas....

Um dia eu publico, porém,  esse dia ainda não chegou. Bom, assuntos extras a parte, vamos ao texto:


SÓ O FUTURO DIRÁ

Era uma vez um grande senhor de terras que havia morrido recentemente. Os amigos do mais moço, vieram trazer suas condolência e ampará-lo naquela hora de tristeza. E diziam: “Que coisa ruim aconteceu com você!” Ele simplesmente respondeu: “Se isso é bom ou ruim, só o futuro dirá!” Os amigos estranharam a resposta, mas devido a situação do momento, não tocaram mais no assunto. Depois de passar a época de luto, descobriram que o pai tinha deixado para cada um dos filhos um pedaço de terra. Vieram novamente os amigos do caçula e disseram: “Você vai herdar uma parte das terras de seu pai. Isso é muito bom”. E o rapaz novamente respondeu: “Se isso é bom ou ruim, só o futuro dirá!” Os amigos já começavam a se acostumar com aquele jeito esquisito do rapaz. Deram de ombro e foram embora. Ao descobrirem que o amigo tinha recebido como herança uma terra pantanosa, um verdadeiro charco, apareceram novamente e disseram: “Que pena, receber um charco como herança é, realmente, é muito ruim”. Ao que receberam a mesma resposta de sempre: “Se é bom ou ruim, só o futuro dirá!” Ninguém ligava mais para esse tipo de resposta, achavam que o amigo tinha ficado louco, mas como eram amigos, deixavam-no viver conforme seus padrões.

Uma grande seca atingiu toda a região e todas as propriedades foram devastadas. Todas as plantações morreram, mas como as terras do amigo ficavam em um charco, esse prosperou e ganhou muito dinheiro com suas colheitas. Vieram os amigos regozijar-se com ele, dizendo: “Ainda bem que você ganhou como herança um charco. Como único fornecedor de alimento da região, ganhará muito dinheiro e isso é muito bom.” O amigo respondeu, como de costume: “Se é bom ou ruim, só o futuro dirá”.

Com o dinheiro das colheitas o amigo comprou um grande garanhão e com isso começou uma criação de cavalos de ótima estirpe. Seu único filho era quem cuidava dos cavalos mas, um determinado dia, quando adestrava o garanhão, este se assustou, derrubando o filho do amigo, que fraturou o ombro com a queda. Os amigos vieram e, compadecidos e disseram: “Esse cavalo é muito bonito, mas muito bravo também, pena seu filho ter se acidentado. Isso foi muito ruim”. E como sempre, o amigo respondeu: “Se é bom ou ruim, só o futuro dirá!”

Um belo dia, o reino vizinho declarou guerra e todos os rapazes da região foram recrutados, menos o garoto que tinha fraturado o ombro. Os amigos vieram e disseram: “Ainda bem que seu filho se acidentou, muito de nossos garotos vão morrer nessa batalha. Esse acidente foi muito bom pra você e, principalmente, para o seu filho”. E o amigo, somente respondeu: “Se isso é bom ou ruim, só o futuro dirá...”

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