segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

PRESSA NÃO É SINÔNIMO DE VELOCIDADE



Nos dias de hoje estamos sempre apressados. Os dias são curtos e não temos tempo para fazer quase nada. Trabalhamos, dormimos, trabalhamos e dormimos e trabalhamos.

As vezes, trabalhamos, trabalhamos e dormimos, depois, repetimos tudo de novo!

Assim, a vida passa... E quando vamos nos dar conta, já estamos no final de nossas vidas e não vimos o mundo passaar.


Estava na fila do Banco (acho que o único lugar que sou obrigado a ficar esperando é na fila do Banco) e ouvi duas senhoras conversando.

- Estamos no final do ano!

- Já? Nossa! Como passou rápido esse ano...

- É verdade! Já acabou o ano!

-  Esse ano voou...

Pensei comigo mesmo!

Esse, o anterior e o anterior do anterior, o anterior antes do anterior do anterior, etc. mas não se preocupe, o próximo vai ser igual a este.

Humm.. Sei não! O próximo vai ser 2012 e, 2012 é o “FINAL DAS PROFECIAS”!

Se o mundo não acabar em dezembro de 2012, uma coisa é certa, as profecias acabam! E aí? Como ficaremos sem profecias?

1999 passou para 2000 e nada aconteceu. Mas agora? Bom, agora é diferente, o calendário Maya acaba em 22 de dezembro de 2012. E o mundo? Será que o mundo acaba com ele? Vai acabar do que?

Asteróide, efeito estufa, descongelamento dos glaciares, explosão de Yellowstone, congelamento nuclear, alteração de pólos magnéticos, invasão extraterrestre, apocalipse “NOW”???

E se acordamos em 23 de dezembro de 2012, com o Sol raiando nesse azul infinito, com pássaros cantando alegremente e, depois de uma bela noite de sono, nada mais sensacional do que uma bela e prazerosa espreguiçada principalmente no sábado! E quando menos se espera (mesmo estando todo “o” mundo esperando), você for até a porta, “puff”... O mundo não existe mais... E justo naquele sábado que você não iria fazer nada! Bom, não vai fazer nada mesmo, o mundo acabou! Vai fazer o que num mundo acabado?

Não seiu se acaba mesmo, mas o certo é que, o mundo para alguns vai, “realmente,” acabar! Na verdade, para alguns, já acabou há muito tempo! Quem vive do culto ao dinheiro, vive do que? Quem vive do culto ao poder, vive do que? Quem vive do culto da aparência, vive do que? Quem vive do culto a soberba, vive do que?

Você já se perguntou do que você vive? Vive do que? Vai viver do que amanhã?

Deixe o amanhã para o amanhã, o hoje já da muito problema...

Mas voltando as elucubrações! E se esse mundo acabar mesmo! Vamos fugir para onde? Para o interior de Minas Gerais onde o mundo roda mais devagar? Alguma montanhas bem alta inalcançável pelas águas, EUA (Não, EUA está quebrado), Europa (não, Europa também está quebrada) China (China não, eles comem barata, percevejo e cérebro de macacos), Argentina (não, Argentina não, PELO AMOR DE DEUS. Argentina só em último caso e, neste caso, final do mundo, não é ainda o último caso).

Imagine os alienígenas do “Independence Day” invadindo a Terra. Você vai fazer o que? Nos Estados Unidos a constituição garante o seu direito a ter armas. E aqui no Brasil? Vai lutar com os alienígenas cheio de laser com “paus e pedras”? Esquece! Além do mais, o EUA é que vai brigar mesmo com os marcianos e salvar a Terra (Eles sempre salvam a Terra), ou seja, não adianta fazer nada e, “se algo não tem solução, então solucionado está”!

Mas, imaginem se as água subirem como em “2012”. Você se lembra das águas passando por cima das montanhas do Tibet. Você acha que subindo a Serra de Santos vai ficar livre disso? Sinto lhe informar, mas não vai “rolar”...

... E quando a terra se abrir toda? Não tem jeito. Vai se segurar a onde? Não existe nem corrimão...

Mas, uma coisa eu sei,  se o Yellowstone explodir, nem mesmo aquele abrigo nuclear há 2.000 metros de profundidade, com paredes de 20 metros de espessura de concreto recheado com chapas de aço que você passou os últimos dez anos construindo vai dar conta do recado!

É melhor esperar a destruição total tomando um “choppinho” geladinho. Um não, vários! Imaginem se a destruição que vir for através de um asteróide. Já pensou na quentura que vai ficar...

2011 vai acabar e, daqui a pouco. E o mundo?

 Não, o mundo continua! Acho que,  pelo menos, até dezembro de 2012. Ok! Ufa!  Estamos salvo por mais 12 meses...

Mas uma coisa é clara para todos os seres viventes deste mundo. Os anos estão passando cada vez mais rápido (menos no interior de Minas)!

Os meses são mais curtos, as semanas idem. E os dias então! Num piscar dos olhos já é noite!! E a noite é tão curta que nem direito consigo mais dormir.

Será resultado da ressonância de Schumann que de 7,8 Hz passou para 13 Hz, ou seja, quase dobrou? Balela... Olha só o nome do cara que veio com essa idéia: “Boff”. Só podia ser coisa de “bofe” mesmo!

Já estou há mais de vinte minutos nesta fila e nada. Final de ano! 50 mil pessoas dentro do banco e somente dois caixas trabalhando. Agora um só! Acho que o outro foi dar uma esticada nas pernas!

E continua a conversa...

- Sabe aquele homem de ”negócio” (como se todo homem não tivesse o negócio)!

- Hum... Sei!

- Enfartou!

- Nossa!!

- Também, era uma pilha! Fazia tudo correndo, porém, nem andar andava!

- Não andava?

- Tinha que andar, mas não andava. Ta me entendendo?

- Sei... (Não sei o que é pior. Papinho de comadres na fila do Banco ou fila do Banco sem papinho de comadres)

- Não fazia exercícios, fumava como um camelo (Acho que essa expressão vem da marca de cigarros americana “Camel”. Ainda existe essa marca? Me deu até vontade de fumar. Ainda bem que nunca gostei de “Camel”) ...Bebia como um “bode” (Espera lá! Bode bebe? Será que lá no nordeste dão um porre no bode igual fazem com o peru de Natal?) ...e estava sempre atrasado, apressado e  “STRESSADO”. Foi várias vezes ao médico, mas não diminuía o ritmo, não fazia suas caminhas diárias porque não tinha tempo e, principalmente, se afundava no trabalho, pois tudo era para ontem!

 - Morreu?

- Não! Desta vez, sobreviveu. De “STRESSADO” passou à “EX-TRESSADO”. Caminha todos os dias. Trabalha somente no trabalho e melhor ainda, quando sai do trabalho, deixa o trabalho no trabalho! Vive mais a vida com a família, amigos, viagens e diversões.

- Mas como ele arrumou tempo?

- Não arrumou! O tempo ele já tinha. Só que não sabia disso. Na hora em que “a coisa aperta”, tudo se arruma! Depois do medo de morrer, arrumou tempo até para comer verduras... (Tem razão, o tempo é nosso e, não ao contrário!)

- É mesmo! Mas pelo menos “morto” não tem essas preocupações! He..he...he!

- Muito menos, quem é “vivo”! Há..há..há!!

(Espirituosas essas Tiazinhas...)

Sabe de uma coisa. A Tiazinha está certa! Todo mundo que ser rápido, porém, ser rápido não é ser apressado. Para que é rápido sobra tempo e o apressado come cru (ou fervendo)!

Quem tem pressa faz tudo errado! A pressa é inimiga da perfeição! Quem tem pressa vaia Roma! (Não, isso não! Misturei os ditados...)

Mas a verdade é que queremos ser rápidos e ao invés disso, tornamo-nos apressados!

Tudo é para ontem... Amanhã já não vai dar mais tempo... O mundo gira e não para para que você desça... Ainda rápido que a fila anda (só a de Banco que não anda), etc...

Quer saber? Minha resolução de passagem de ano, neste ano, vai ser não ter resolução de passagem de ano, neste ano. E tenho dito!

Estou cansado, exausto e atrasado. Tenho um monte de coisas para fazer antes do final do ano e não sei se vai dar tempo!

Agora me pergunto. E se eu morrer nessa fila. Quem vai fazer o meu trabalho? Será que se eu morrer hoje o mundo também acabará para os outros? Será que se eu ficar doente de tanto trabalhar meus patrões vão ficar com dó de mim e vão me pagar o resto da minha vida para eu ficar em casa? (Bom, se o mundo acabar em 2012 até que a grana não vai ser muito. Já estou na USP a 25 anos, tenho direito a um salário por ano. Se acabar mesmo só vão perder 12 meses com os 25 que tenho direito, vão lucrar 13! Será que dá para propor um acordo?).

Só quero saber se eu tiver um infarto, uma depressão claustrofóbica, uma bexiga caída, uma diarréia tropical, ficar louco ou inválido pelo resto da vida o Governo vai cuidar de mim e da minha família?

Quer saber!! Amanhã eu pago esta conta, se não der, não pago!

Mais vale um “juros” devido na mão, do que uma fila de Banco no pé!

Fui...

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

QUE RAIVA ME DÁ DESTES TAIS DE "MARRONZINHOS"

Nelson Barbosa Jr. via Facebook - 12/12/12 (Mentira!!! 12/12/11)

Fui a uma loja, hoje de manhã, pegar uma encomenda da minha esposa e, quando estava sendo atendido, vi, pelo vidro, que um marronzinho (cor de merda), parou com sua motocicleta na frente da loja e todo prepotente (eles se sentem "otoridade") começou a preencher uma multa.

Sai da loja e, educadamente, fui falar com ele. Soltei o famoso:

- Peraí amigão, não faz isso não, dá uma chance!

Ele me ignorou completamente e continuou escrevendo a multa...

Em tom ríspido disse-lhe que era para parar de escrever aquela multa, pois senão, ele iria descobrir com quem estava falando...

Não adiantou nada... Nesse momento, eu já ficando “muito” bravo, chamei-o de vigarista, babaca, prepotente e metido a policial!

Ele me olhou com desprezo e sem dizer nada, deu uns chutes no pneu do carro e começou a fazer outra multa.

Perdi a paciência e emendei: - Que merdinha de profissão a sua, hem? Seu escroto!

Ele não se intimidou e começou a fazer a terceira multa.

Eu já estava explodindo de raiva. Foram mais uns 10 minutos ali fora, discutindo com aquela anta e nada. Quanto mais eu xingava, mais multas o idiota preenchia.

Percebi que daquela forma não resolveria nada. O cara era um tremendo otário. Ou, não estava entendendo o que eu dizia ou, estava se fazendo de surdo!

Depois de tudo aquilo, meu “saco” explodiu!

Infelizmente, não consegui o meu objetivo e pior, a cada provocação, o retardado fazia mais multas. Cansei! Como não deu em nada mesmo, fui buscar meu carro no estacionamento e deixei esse assunto de lado!

Esses marronzinhos são um bando de “ignóbious” , se acham o último biscoito do pacote!

Ainda bem que eu tentei ajudar! Faça isso sempre que possível! Você sentirá de alma limpa e com a sensação do dever cumprido, mesmo que, como no meu caso, não tenha dado certo!

sábado, 19 de novembro de 2011

Exotérmico ou Endotérmico

Pergunta feita por um Professor de Termodinâmica foi: "O inferno é exotérmico ou endotérmico? Justifique sua resposta."

Um dos aluno escreveu o seguinte:
Primeiramente, postulemos que o inferno exista e que esse é o lugar para onde vão algumas almas. Agora postulemos que as almas existem, assim elas devem ter alguma massa e ocupam algum volume . Então um conjunto de almas também tem massa e também ocupa um certo volume.
Podemos assumir seguramente que, uma vez que uma alma entra no inferno, ela nunca mais sai de lá. Por isso não há almas saindo. Para as almas que entram no inferno, vamos dar uma olhada nas diferentes religiões que existem no mundo e no que pregam algumas delas hoje em dia.
Algumas dessas religiões pregam que se você não pertencer a ela, você vai para o inferno. Se descumprir algum dos 10 mandamentos ou se desagradar a Deus você vai para o inferno.
Como há mais de uma religião desse tipo e as pessoas não possuem duas religiões, podemos projetar que todas as almas vão para o inferno. A experiência mostra que pouca gente respeita os 10 mandamentos.
Com as taxas de natalidade e mortalidade do jeito que estão, podemos esperar um crescimento exponencial das almas no inferno.
Agora vamos olhar a taxa de mudança de volume no inferno; a Lei de Boyle diz que para a temperatura e a pressão serem as mesmas, a relação entre a massa das almas e o volume deve ser constante.

Existem, então, duas opções:

1) Se o inferno se expandir numa taxa menor do que a taxa com que as almas entram, então a temperatura e a pressão no inferno vão aumentar até ele
explodir, portanto EXOTÉRMICO.

2) Se o inferno estiver se expandindo numa taxa maior do que a entrada de almas, então a temperatura e a pressão irão baixar até que o inferno se
congele, portanto ENDOTÉRMICO.

Se aceitarmos o que a menina mais gostosa da Faculdade me disse, no primeiro ano: "Só irei pra cama com você no dia que o inferno congelar", e levando-se em conta que AINDA NÃO obtive sucesso, então, como a segunda opção não é verdadeira. O inferno é exotérmico."

Que nota você daria para esse aluno?

CONCLUSÕES:

"A mente que se abre a uma nova idéia jamais volta ao seu tamanho original."
(Albert Einstein)

"A imaginação é muito mais importante que o conhecimento"
(Albert Einstein)

Você pode ir de A ao D, passando pelo B e C. Tem gente, que vai de A a D, sem precisar passar pelo B e C. A imaginação leva você a qualquer lugar. Sempre,  aquele que você deseja ir!

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Mestre e Discípulo...


Mestre e discípulo andando, lado a lado, quietos, somente observando a paisagem e a beleza da natureza  quando, de repente, o discípulo dirige-se seus olhos, humildemente, ao Mestre e pergunta:

- Mestre! Como faço para ter paciência?

- Sabedoria!


Mais alguns passos divagando sobre o assunto:

- Como obtenho sabedoria?

- Boas escolhas!


O discípulo, ainda elucubrando, faz outra pergunta:

- Como fazer boas escolhas?

- Experiência!


Imediatamente, sem esperar que o raciocínio lhe diga o que perguntar,  o discípulo, não contente, dispara:

- E como faço para ter experiência?

- Más escolhas!

(Silêncio...)

Perto da Terra

 
  Click na imagem para ver a trajetória do asteróide!
(http://www.jpl.nasa.gov/asteroidwatch)

O Asteróide 2005 YU55 vai passar a cerca de 0,85 distâncias lunares da Terra em 08 de novembro de 2011 (em astronomia, a distância lunar é a medida da distância da Terra até a Lua. A distância comum da Terra para a Lua é 384 403 quilômetros).

Uma aproximação assim tão incomum, como a programada para este asteróide (ele é do tipo C, relativamente grande, com 400 metros de diâmetro), proporciona uma excelente oportunidade para sinérgicas observações terrestres, incluindo dados óticos, próximos do infravermelho e de radar. A ilustração animada em anexo mostra a geometria do movimento da Terra e da lua nos dias 08 a 09 de novembro, quando o objeto atingirá um brilho de magnitude visual 11 e deve ser facilmente visível para os observadores nos hemisférios norte e sul (quanto menor for o número, maior será o brilho. A estrela mais brilhante visível a olho nu tem magnitude visual -1,4 e a estrela visível mais fraca tem magnitude visual 6. Isto significa que podemos ver objetos celestes até a magnitude aparente 6 sem a ajuda de um telescópio, ou seja, a olho nu. Acima disso, só com ajuda de telescópios. A Lua, por exemplo, tem magnitude visual -12,6; o Sol, -26,8). A maior aproximação da Terra e da Lua será, respectivamente, 0,00217 e 0,00160 UA em 08 novembro 2011 às 23h28min e 09 de novembro às 07h13min UT.

Descoberto em 28 de dezembro de 2005 por Robert McMillan, do Programa Spacewatch, em Tucson, Arizona, o objeto foi observado por Mike Nolan, Ellen Howell e seus colegas através do Radiotelescópio do Observatório de Arecibo, entre 19 e 21 abril de 2010 e mostrou-se um objeto muito escuro, quase esférico, de 400 metros de diâmetro. Por causa de seu período de rotação aproximado de 20 horas, as observações ideais de radar devem incluir trajetórias de 8 horas ou mais em múltiplos dados no Radiotelescópio do Observatório de Goldstone (em 03 de novembro de 2011) e quando o objeto entrar janela de observação do Radiotelescópio de Arecibo, em 08 de novembro.

Usando a operação do radar Goldstone em um modo de "gorjeio" relativamente novo, propício para ser usado nesse evento de novembro de 2011, as observações devem resultar em uma forma de reconstrução do modelo do asteróide com uma resolução de uma precisão de 4 metros. Vários dias de imagens de alta resolução (cerca de 7,5 metros) também estão sendo planejados em Arecibo. Além de auxiliar a interpretação das observações dos radares, a colaboração visual e as observações no infravermelho próximo podem definir as características de rotação do objeto e fornecer detalhes sobre a natureza da rugosidade da sua superfície e da sua composição mineral.

Uma vez que o asteróide se aproxima da Terra vindo da direção do Sol, ele será um objeto luminoso até o momento da maior aproximação. O melhor momento para novas observações ópticas e infravermelhas será no final do dia 08 de novembro, após às 21:00 horas UT, na zona entre o Atlântico leste e a África ocidental. Poucas horas após a sua maior aproximação da Terra, o asteróide se tornará de um modo geral acessível para as observações ópticas e no espectro próximo ao infravermelho, mas será um objeto difícil de ser localizado, devido ao seu rápido movimento no céu.


Embora classificado como um objeto potencialmente perigoso, o 2005 YU55 não representa nenhuma ameaça de uma colisão com a Terra, pelo menos nos próximos 100 anos. No entanto, neste período, esta será a maior aproximação de um objeto deste tamanho que antecipadamente conhecemos, e um evento deste tipo não vai acontecer novamente até 2028, quando o asteróide (153.814) 2001 WN5 vai passar a cerca de 0,6 distâncias lunares.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A COCEIRA - Vale a pena ler!

É muito estranho como nosso cérebro trabalha e como existem várias pesquisas, no mundo inteiro, sobre isso. Ganhei esse artigo, que reproduzo abaixo e, sinceramente, depois de tudo que está acontecendo com minha visão, estou chegando a conclusão que a realidade pode ser completamente ilusória.

Seu cérebro é quem diz o que você é, o que você vê, o que você ouve e o que você sente. Ou seja, talvez nada do que você veja, ouça ou sinta, existe de verdade. Pense nissso!

Leia:

Seu poder misterioso pode ser a chave para uma nova teoria sobre o cérebro e o corpo


ATUL GAWANDE

M. ainda ficava chocada ao constatar como umas poucas escolhas infelizes podem mudar a vida de uma pessoa. Ela se formou em psicologia no Boston College, casou-se aos 25 anos e teve dois filhos, um menino e uma menina. Trabalhou por treze anos na área da saúde e foi diretora de um programa de residência para homens afetados por ferimentos graves na cabeça. Mas ela e o marido começaram a brigar. Houve traições. Quando chegou aos 32 anos, seu casamento acabou. No divórcio, ela perdeu a posse da casa e, entre suas dificuldades financeiras e psicológicas, viu que perderia também a guarda dos filhos. Em poucos anos, começou a beber. Passou a sair com um homem, e os dois bebiam juntos. Em pouco tempo, ele começou a trazer drogas para casa e ela experimentou. As drogas foram ficando mais pesadas. Logo estavam consumindo heroína, fácil de obter com um traficante de rua a menos de um quarteirão do apartamento onde ela morava.

Um dia, M. foi ao médico porque não se sentia bem e descobriu que tinha contraído o vírus hiv de uma agulha contaminada.

Foi obrigada a deixar o emprego. Perdeu o direito de visitar os filhos. Teve complicações devido à doença, entre as quais o herpes-zóster, que provocou a erupção de lesões dolorosas, em forma de bolhas, na testa e no couro cabeludo. Com o tratamento, contudo, conseguiu com que o hiv ficasse sob controle. Aos 36 anos, começou uma terapia de reabilitação, largou o namorado e abandonou as drogas. Teve dois anos bons e tranquilos, nos quais começou a reconstruir a vida. E então começou a coceira. Foi logo depois de mais um surto de herpes-zóster.

As bolhas e a dor cederam ao aciclovir, um remédio antiviral. Mas dessa vez a área afetada do couro cabeludo perdeu a sensibilidade, e a dor foi substituída por uma coceira, constante e implacável, no lado direito da cabeça. A comichão se espalhava pelo couro cabeludo e, por mais que ela coçasse, não cedia nunca. "Eu sentia a coceira por dentro de mim, como se o próprio cérebro coçasse", disse ela. E a coceira tomou conta da sua vida, justo quando se preparava para endireitá-la.

Sua médica não sabia o que fazer. A coceira é um sintoma extraordinariamente comum e pode ser causada por toda espécie de alterações dermatológicas: reações alérgicas, infecções bacterianas ou fúngicas, câncer de pele, psoríase, caspa, sarna, piolhos, urtiga, queimaduras de sol ou simples secura da pele. Alguns cremes e produtos de beleza também podem provocar coceira. Mas M. usava xampu e sabonete comuns, e nenhum creme. Quando a médica examinou o seu couro cabeludo, não viu nada de anormal - nenhuma irritação ou vermelhidão, nenhum ponto onde a pele estivesse descamando ou se mostrasse mais grossa, nenhum fungo ou parasita. Só as marcas das unhas da paciente. Receitou uma pomada, mas não adiantou. O impulso de coçar era permanente e irresistível. "Eu passava o dia todo tentando me controlar, mas era muito difícil", contou M. "O pior eram as noites. Acho que me coçava enquanto dormia, porque sempre acordava de manhã com sangue na fronha." Começou a perder os cabelos na área afetada. Voltou várias vezes à sua clínica geral, mas nada que a médica tentou jamais funcionou, o que a levou a suspeitar que a coceira nada tinha a ver com a pele de M.

A coceira também pode ser provocada por muitos problemas não dermatológicos. O dr. Jeffrey Bernhard, dermatologista da faculdade de medicina da Universidade de Massachusetts, é um dos poucos médicos a ter estudado o problema de maneira sistemática (publicou um manual definitivo a respeito). Ele me falou de casos provocados por hipertireoidismo, por deficiência de ferro, por doenças hepáticas e certos tipos de câncer, como o linfoma de Hodgkin. Às vezes, a síndrome é bem específica. Uma coceira persistente na parte externa do braço, com tendência a piorar sempre que exposta à luz do sol, é conhecida como prurido braquiorradial. Sua causa é o enrijecimento de um nervo do pescoço. O prurido aquagênico é uma coceira recorrente, intensa e difusa que ocorre quando o paciente sai do chuveiro ou da banheira. Embora ninguém conheça seu mecanismo, esse é um sintoma da policitemia vera, doença rara na qual o corpo produz glóbulos vermelhos em excesso

Mas a coceira de M. permanecia confinada ao lado direito do seu couro cabeludo. Os exames de contagem viral mostraram que seu hiv estava inativo. Outros exames de sangue e de imagem deram resultados normais. A médica de M. concluiu então que o problema só podia ser de natureza psiquiátrica. Vários distúrbios psiquiátricos podem causar coceira. Pacientes com psicoses podem ter delírios cutâneos - a convicção de que sua pele está infestada, digamos, por parasitas ou formigas, ou coberta de filamentos de fibra de vidro.

O estresse grave, além de outros problemas emocionais, também pode dar origem a um sintoma físico como a coceira - seja devido à liberação no corpo de endorfinas (opioides naturais que, como a morfina, também podem causar coceira), ao aumento da temperatura corporal, ao reflexo nervoso de coçar a pele, ou a um aumento da sudorese. No caso de M., a médica suspeitou de tricotilomania, um tipo de transtorno obsessivo-compulsivo (toc) em que os pacientes sentem um impulso irresistível de arrancar os próprios cabelos.

M. admitiu essas possibilidades. Afinal, tivera uma vida bem atribulada. Mas os antidepressivos receitados para casos de toc não fizeram nenhuma diferença. Na verdade, ela não sentia a compulsão de arrancar o cabelo. O que sentia era simplesmente uma coceira na área do couro cabeludo que ficara dormente depois do surto de zóster. Embora às vezes conseguisse se distrair e esquecer o problema, vendo televisão ou conversando, a coceira não variava em função dos seus humores ou do nível de estresse. A única coisa que chegava perto de lhe proporcionar algum alívio era coçar.

"Coçar é uma das mais doces gratificações da natureza, e está sempre ao alcance da mão", disse Montaigne. "Mas o arrependimento a segue muito de perto." Para M., não havia dúvida de que isso era verdade: a coceira era tão torturante, e a região estava tão insensível, que suas unhas começaram a atravessar a pele. Numa consulta posterior, sua médica encontrou uma área, de uns 4 centímetros de diâmetro, na qual a pele do couro cabeludo dera lugar a uma casca. M. tentou enfaixar a cabeça e usar gorros para dormir. Mas suas unhas sempre encontravam o caminho da carne, sobretudo enquanto dormia.

Uma manhã, ao ser acordada pelo despertador, sentou-se na cama e, lembra-se ela, "um fluido se espalhou pelo meu rosto, um líquido esverdeado". Enfaixou a cabeça com uma atadura de gaze e foi para o consultório da médica, a quem mostrou o líquido esverdeado no curativo. A doutora olhou o ferimento de perto. Acendeu uma lanterna para vê-lo melhor e examinar os olhos de M. Saiu da sala de exame e chamou uma ambulância. Foi só na emergência do Hospital Geral de Massachusetts, depois de se ver cercada por vários médicos e um deles lhe dizer que precisava de uma cirurgia imediata, que M. ficou sabendo o que acontecera. Ela se coçara tanto durante a noite que tinha atravessado o crânio - até atingir o cérebro.

A coceira é uma sensação peculiar e diabólica. Ainda não há definição melhor que a criada pelo médico alemão Samuel Hafenreffer, em 1660: uma sensação desagradável que provoca o desejo de coçar. A coceira é incluída, tanto por observadores científicos quanto artísticos, entre as sensações físicas mais perturbadoras que uma pessoa pode experimentar. No Inferno de Dante, os falsários são punidos com "a grande fúria da coceira que não tem cura":
E arrancavam a sarna com as unhas
Como da carpa a faca tira a escama...
"Ó tu que com os dedos em tenaz",
Disse Virgílio, abordando um deles,
"Desnudas o teu corpo da tua pele.
Diz-me se algum latino se encontra
Aí enterrado, e se as tuas unhas
Hão de bastar-te para a eterna faina.

Embora coçar possa proporcionar um alívio passageiro, muitas vezes deixa a coceira ainda pior. Os dermatologistas dão a esse fenômeno o nome de "ciclo prurido-coceira". Muitos cientistas acreditam que o prurido e o reflexo de coçar que o acompanha surgiram em nossa evolução para nos proteger de insetos e toxinas de plantas venenosas; de perigos como a malária, a febre amarela e a dengue, transmitidas por mosquitos; da tularemia, da oncocercose e da doença do sono, transmitidas por moscas; dos piolhos, que podem nos contagiar com tifo; e das pulgas, que transmitem a peste, para não falar das aranhas venenosas. A teoria explica em detalhe por que a coceira é uma resposta tão calibrada: você pode passar um dia inteiro sem se incomodar com o colarinho fechado da camisa, mas basta a ponta protuberante de um fio de linha, ou o roçar das pernas finas de um piolho, para desencadear uma coceira furiosa.

Ninguém sabe precisamente como a coceira funciona. Ao longo de quase toda a história da medicina, a maioria dos cientistas achava que o prurido não passava de uma forma atenuada de dor. E então, em 1987, o pesquisador alemão H. O. Handwerker e seus colegas usaram estímulos elétricos fracos, na pele de voluntários, para introduzir histamina, substância que produz coceira e que o corpo libera durante as reações alérgicas. À medida que os pesquisadores aumentavam as doses de histamina, conseguiram intensificar a coceira relatada pelos voluntários, que passava de "apenas perceptível" a "máxima imaginável". Ainda assim, nenhum dos voluntários sentiu aumento de dor. A conclusão foi que coceira e dor são sensações totalmente independentes, transmitidas por conexões neuronais diferentes.

Apesar de todos os séculos dedicados ao mapeamento dos circuitos nervosos do corpo, os cientistas nunca haviam encontrado um nervo específico para a coceira. Mas a caçada começara, e um grupo de pesquisadores suecos e alemães fez uma série de experiências complexas. Inseriam eletrodos ultrafinos de metal na pele de voluntários, e os deslocavam para todos os lados até captarem os sinais elétricos de uma única fibra nervosa. Computadores eliminavam o ruído produzido por outras fibras nervosas da região. Os pesquisadores passavam então horas - o tempo que os voluntários aguentassem - submetendo a pele da área a estímulos variados (uma sonda aquecida, por exemplo, ou um pincel bem fino) até ver o que fazia aquele nervo disparar, e o que a pessoa sentia naquele momento.

Trabalharam com 53 voluntários. Na maioria dos casos, encontraram os tipos já conhecidos de fibras nervosas, que reagem à temperatura, ao toque leve ou à pressão mecânica. "Agora senti calor", dizia um voluntário. "Isso é macio." Ou: "Ai! Pare!" Mas houve vários momentos em que os cientistas depararam com fibras nervosas que não reagiam a nenhum desses estímulos. Quando introduziram uma pequena dose de histamina na pele, observaram uma resposta elétrica numa dessas fibras, e o voluntário sentiu uma comichão. Anunciaram a descoberta num artigo de 1997: tinham encontrado um tipo de nervo específico para a coceira.

À diferença das fibras nervosas que registram a dor, por exemplo, cada uma das quais cobre um território de mais ou menos 1 milímetro, uma única fibra de coceira pode captar uma sensação de prurido a quase 8 centímetros de distância. Por outro lado, essas fibras também exibem velocidades de condução extremamente baixas, o que explica por que a coceira leva tanto tempo se acumulando antes de se manifestar, e depois demora tanto para passar.

Outros pesquisadores seguiram o percurso dessas fibras nervosas até a medula espinhal e daí até o cérebro. Estudando exames funcionais de tomografia por emissão de pósitrons (os pet-scan), feitos em indivíduos saudáveis que haviam recebido injeções de histamina comparáveis a mordidas de mosquito, eles encontraram uma definição clara da atividade do prurido. Várias regiões específicas do cérebro são acionadas: a área que comanda as respostas emocionais, refletindo a natureza desagradável da coceira, e as áreas límbica e de motricidade responsáveis pelos impulsos irresistíveis (como o desejo de se drogar, entre os viciados, ou de comer além da conta, entre os obesos), refletindo a ferocidade do impulso da coceira.

A partir daí, diversos fenômenos ficaram claros. A coceira, descobriu-se, é de fato inseparável da vontade de coçar.

Pode ser desencadeada por fatores químicos (como a saliva que o mosquito injeta ao picar uma pessoa) ou mecânicos (as patas do mosquito, antes mesmo de picar). O reflexo da coceira aciona níveis mais complexos do cérebro que o simples reflexo medular que nos faz recolher a mão quanto ela encosta numa chama. Exames por imagem do cérebro também revelaram que o ato de coçar tem o efeito de diminuir a atividade nas regiões cerebrais associadas às sensações desagradáveis.

Mas algumas características básicas do prurido permanecem inexplicadas - características que tornam seu estudo especialmente revelador. Por um lado, nossos corpos estão cobertos de receptores para a coceira, tanto quanto de receptores para o tato, a dor e outras sensações; isso constitui um sistema de alarme contra o que nos pode fazer mal, permitindo nosso deslocamento pelo mundo, em segurança. Mas por que o roçar de uma pena às vezes nos dá comichão na pele e às vezes só nos faz cócegas ligeiras? (As cócegas têm um com-ponente social: você pode produzir coceira em si mesmo, mas só outra pessoa pode lhe fazer cócegas.) E, o que é ainda mais desconcertante, por que basta pensar em coceira para sentir comichão

Refletir sobre o que ocorre quando você mantém o dedo numa chama não causa dor no dedo. Mas assim que começo a escrever sobre um carrapato andando na minha nuca, sinto uma comichão irresistível na área. E depois no couro cabeludo. E depois naquele outro lugarzinho logo acima das costelas, até que começo a achar que preciso examinar para descobrir se pode ter alguma coisa. Como parte de um estudo, um professor alemão de medicina psicossomática fez uma palestra em que, na primeira metade, exibia uma série de imagens evocando a coceira, mostrando pulgas, piolhos, pessoas se coçando etc. e, na segunda metade, imagens mais benignas, como penugem macia, pele de bebê, pessoas na água. Câmeras de vídeo registraram a plateia. E, é claro, a frequência da coceira entre os presentes aumentou muito durante a primeira metade, diminuindo na segunda. Pensar causa coceira.

Agora já temos o mapa nervoso da coceira, tanto quanto de outras sensações. Mas um enigma mais profundo persiste: o quanto das nossas sensações e experiências pode ser realmente explicado pelos nervos.

Na sala de operações, um neurocirurgião lavou e limpou o ferimento de M., que havia infeccionado. Em seguida, um cirurgião plástico cobriu a área com um enxerto de pele tirada da coxa. Embora a cabeça tenha sido enfaixada com camadas de ataduras, e ela fizesse todo o possível para resistir à comichão, certa manhã acordou e descobriu que arrancara o enxerto de tanto coçar. Os médicos a devolveram à sala de cirurgia para um segundo enxerto de pele e, dessa vez, amarraram também suas mãos. Ainda assim, ela também arrancou o segundo enxerto.

"Eles insistiam em me falar que eu tinha toc", disse M. Uma equipe de psiquiatras vinha vê-la todo dia, e o residente sempre lhe perguntava: "Quando criança, você contava as ranhuras da calçada enquanto caminhava? Fazia alguma coisa repetitiva? Precisava manter uma contagem de todas as coisas que via?" Ela sempre respondia que não, mas ele se mostrava cético. A família dela foi procurada e ouviu a mesma pergunta, e a resposta também foi negativa. Os testes psicológicos que ela fez também excluíram a possibilidade de um transtorno obsessivo-compulsivo. Os testes, no entanto, comprovaram depressão. E ainda havia, claro, a história do seu vício em drogas. Por isso, os médicos insistiram em achar que seu frenesi de se coçar podia estar ligado a algum distúrbio psiquiátrico. Deram-lhe várias drogas, que a faziam se sentir letárgica e dormir muito. Mas a coceira continuava tão intensa quanto antes, e ela ainda acordava coçando a terrível ferida.

Um belo dia, ela acordou e encontrou, como descreve, "uma mulher muito inteligente e com uma expressão feliz ao lado da minha cama. Ela me disse que era a dra. Oaklander. E eu achei que fosse tudo começar de novo. Mas ela explicou que era neurologista, e me disse: 'A primeira coisa que quero lhe dizer é que acho que você não está louca. E nem acho que você tenha toc.' No mesmo instante, me pa-receu que ela desenvolveu asas e tinha uma auréola", conta M. "Perguntei se tinha certeza, e ela disse que sim, que já tinha ouvido falar naquele problema."

Anne Louise Oaklander era mais ou menos da mesma idade de M. Sua mãe é uma célebre neurologista do Albert Einstein College of Medicine, em Nova York, e ela lhe seguiu os passos. A dra. -Oaklander se especializou em distúrbios da sensação nervosa periférica - como o herpes-zóster. Embora a dor seja o sintoma mais comum do zóster, a médica pôde ver, ao longo do seu treinamento, que alguns pacientes também sentiam coceira, ocasionalmente violenta, e quando viu M. lembrou-se de um antigo paciente com herpes-zóster. "Lembro de ter conversado com ele de pé num corredor, e sua queixa principal - sua maior preocupação - era o tormento daquela coceira terrível, -acima do olho que fora atingido pela her-pes-zóster", conta ela. Quando a dra. Oaklander olhou para o paciente, percebeu que algo estava errado. E levou algum tempo para entender o porquê: "A coceira era tão violenta que ela tinha arrancado a sobrancelha de tanto coçar."
A dra. Oaklander testou a pele próxima ao ferimento de M. Mostrava-se insensível à temperatura, ao toque e a picadas de alfinete. Ainda assim, sentia comichão, e quando era coçada ou esfregada M. tinha um conforto passageiro. A médica injetou algumas gotas de anestésico local na pele. Para surpresa de M., a coceira parou - instantaneamente e quase por completo. Foi o primeiro alívio verdadeiro que ela sentia em mais de um ano.

O tratamento, no entanto, era imperfeito. A coceira sempre voltava assim que passava o efeito do anestésico, e embora a médica tenha experimentado fazer M. usar um adesivo com anestésico em cima da ferida, o efeito da droga diminuiu com o tempo. A dra. Oaklander não tinha explicação para nenhum desses fatos. Quando fez uma biópsia da pele afetada, descobriu que 96% das fibras nervosas tinham desaparecido. Por que então a coceira era tão intensa.
A médica formulou duas teorias. A primeira era de que as poucas fibras nervosas remanescentes seriam fibras de coceira. E, na ausência de outras fibras para produzir sinais conflitantes, elas se mantinham em atividade permanente. Já a segunda teoria dizia o contrário: os nervos da área tinham morrido, mas o sistema de coceira no cérebro de M. talvez tivesse perdido o controle e passara a funcionar de maneira imotivada e circular.

A segunda teoria parecia menos provável. Se os nervos do couro cabeludo de M. tinham morrido, como se explicava o alívio que ela sentia ao coçar, ou após o uso de um anestésico local? Aliás, como explicar aquela sensação de co-cei-ra, para começo de conversa? Uma coceira sem terminações nervosas não faz sentido. Diante disso, os neurocirurgiões preferiram a primeira teoria e propuseram cortar o principal nervo sensorial da frente do couro cabeludo de M., abolindo a coceira para sempre. A dra. Oaklander, entretanto, achava que a teoria correta era a segunda (a teoria de que o problema estava no cérebro, e não nos nervos), e que seccionar o nervo da testa de M. lhe faria mais mal do que bem. Discutiu com os cirurgiões e aconselhou M. a não permitir a operação.

"Mas eu estava desesperada", contou-me M. Ela autorizou a cirurgia, que seccionou seu nervo supraorbital logo acima do olho direito. Quando acordou, toda uma área da sua testa estava insensível - e a coceira tinha passado. Algumas semanas depois, no entanto, ela voltou, e com um alcance ainda maior do que antes. Os médicos receitaram analgésicos, mais drogas psiquiátricas, mais anestésicos locais. A única coisa que impedia M. de voltar a abrir o crânio, descobriram, era revestir sua cabeça com um capacete de espuma e prender seus pulsos às barras da cama durante a noite.

M. passou os dois anos seguintes internada numa enfermaria isolada de um hospital de reabilitação porque, embora não apresentasse doença mental, representava um perigo para si mesma. Ao fim de algum tempo, a equipe imaginou uma solução que não exigia amarrá-la à armação da cama. Junto com o capacete de espuma, ela vestia luvas brancas sem dedos, que eram presas nos pulsos com esparadrapo. "Cada vez que ia dormir, parecia que eles me fantasiavam para o Halloween - eu e o sujeito ao meu lado", conta ela.

"O sujeito ao seu lado?" perguntei. Ele tivera herpes-zóster no pescoço, explicou ela, e também desenvolvera uma coceira persistente. "Toda noite, enrolavam as minhas mãos e as dele." E acrescentou, falando mais baixo: "Mas ouvi dizer que ele acabou morrendo, porque coçou o pescoço até abrir a artéria carótida."

Estive com M. sete anos após sua alta do hospital de reabilitação. Hoje ela tem 48 anos. Vive num apartamento de três peças, com um crucifixo e uma imagem de Jesus na parede, e sob a luz amarela indireta de abajures com cúpulas cobertas de miçangas. Numa cesta de vime ao lado da sua mesinha de centro estavam o livro Uma Vida com Propósitos, de Rick Warren, a revista People e o último número de Neurology Now, um periódico para pacientes. As três publicações resumiam sua luta: ela precisava combater a falta de sentido, o isolamento das pessoas e o aspecto fisiológico do seu mal.

Ela me recebeu em sua cadeira de rodas; o ferimento no cérebro deixou-a parcialmente paralisada, do lado esquerdo do corpo. Ela não mantém contato com os filhos. Não voltou a beber nem a usar drogas. Seu hiv permanece sob controle. Embora continue a sentir coceira no couro cabeludo e na testa, aos poucos ela aprendeu a se proteger. Corta as unhas bem curtas. Procura meios de se distrair. Quando não consegue deixar de coçar, procura esfregar levemente o local. E, se isso não basta, usa uma escova de dente bem macia, ou uma flanela enrolada. "Não uso nada que possa me ferir", disse. Os dois anos que passou amarrada no hospital parecem ter estancado o hábito de se coçar durante a noite. Em casa, ela descobriu que não precisava mais usar o capacete e nem as luvas sem dedos.

Ainda assim, a coceira continua um tormento diário. "Não digo nada às pessoas", conta ela, "mas tenho a fantasia de raspar minhas sobrancelhas, pegar uma escovinha de aço e coçar o local à vontade."

Alguns dos seus médicos não abandonaram a ideia de que seu problema, desde o início, foi no nervo. Um neurocirurgião chegou a lhe dizer que a operação original para seccionar o nervo sensório do seu couro cabeludo não atingira a profundidade necessária. "Ele quer que eu me opere de novo", contou-me ela.

Um novo entendimento científico da percepção emergiu nas últimas décadas, suplantando crenças clássicas e multisseculares sobre o funcionamento do cérebro - embora ainda não tenha sido acolhida por toda a comunidade médica. A forma antiga de entender a percepção é a que os cientistas chamam de "visão ingênua", uma concepção que a maioria das pessoas ainda adota. Tendemos a achar que, normalmente, percebemos as coisas do mundo de maneira direta. Acreditamos que a dureza de uma pedra, a frigidez de um cubo de gelo ou a aspereza de um suéter de lã que nos causa coceira são captadas por nossas terminações nervosas e transmitidas ao longo da medula espinhal, como uma mensagem telegráfica que percorre um fio, sendo finalmente decodificadas pelo cérebro.

No Tratado sobre os Princípios do Conhecimento Humano, livro de 1710, o filósofo irlandês George Berkeley opôs-se a essa concepção. Não conhecemos o mundo dos objetos, dizia ele, só nossas ideias mentais dos objetos. "A luz e as cores, o calor e o frio, a extensão e os números - numa palavra, as coisas que vemos e sentimos - não são apenas sensações, noções, ideias?" De fato, concluía ele, os objetos do mundo podem não passar de invenções da mente, colocadas ali por Deus. Ao que Samuel Johnson deu sua famosa resposta, chutando uma pedra e declarando: "É assim que eu refuto o que ele diz!"

Berkeley reconheceu algumas falhas graves na teoria da percepção direta. Ela não explica como podemos ter experiências que parecem reais, mas não são: sensações de coceira produzidas só pelo pensamento, sonhos que parecem quase indistinguíveis da realidade; sensações-fantasmas que os amputados têm nos membros que perderam. Supunha-se que os dados sensoriais que recebemos dos olhos, ouvidos, nariz, dedos e assim por diante, continham toda a informação de que precisamos para a percepção, e que ela funcionava mais ou menos como um rádio. É difícil imaginar que um concerto da Orquestra Sinfônica de Boston possa estar contido numa onda de rádio. Mas está. E podemos achar que o mesmo ocorre com os sinais que recebemos do mundo exterior - que, se pudéssemos conectar os nervos de uma pessoa a um monitor, poderíamos ver o que ela está experimentando, como se fosse um programa de televisão.

À medida que os cientistas se dedicaram a analisar os sinais nervosos, no entanto, descobriram que eles eram radicalmente empobrecidos. Imagine que estamos vendo uma árvore numa clareira. Baseando-nos unicamente nas transmissões, ao longo do nervo óptico, da luz que entra pelos nossos olhos, jamais seríamos capazes de reconstruir a tridimensionalidade da imagem, a distância que nos separa da árvore ou os detalhes da sua casca - atributos que percebemos instantaneamente.

Ou basta pensar no que os neurocientistas chamam de "problema da ligação". Quando acompanhamos com o olhar um cachorro que corre por trás de uma cerca de tábuas, tudo que nossos olhos recebem são imagens verticais separadas do cachorro, do qual ficam faltando grandes fatias. Mas sempre damos um jeito de perceber o animal por inteiro, como uma entidade intacta que se desloca pelo espaço. Se pusermos dois cachorros atrás da cerca, não iremos achar que se fundiram num só. Nossa mente passará a configurar as fatias como duas criaturas independentes.

As imagens da nossa mente são extraordinariamente ricas. Somos capazes de dizer se uma coisa é líquida ou sólida, pesada ou leve, se está viva ou morta. Mas a informação a partir da qual operamos é pobre - uma transmissão distorcida e bidimensional à qual faltam partes inteiras. É a mente que preenche as lacunas e responde pela maior parte da imagem. Isso pode ser percebido em muitos estudos de anatomia cerebral. Se as sensações visuais fossem primariamente rece-bidas, e não construídas pelo cérebro, era de se esperar que a maioria das fibras que chegam ao córtex visual primário do cérebro viesse da retina. Cientistas descobriram, porém, que este só é o caso de 20% delas; 80% descem das regiões do cérebro que comandam funções como a memória. Richard Gregory, um eminente neuropsicólogo britânico, calcula que a percepção visual seja composta de mais de 90% de memória e menos de 10% de sinais dos nervos sensórios. Quando a dra. Oaklander teorizou que a coceira de M. era endógena, e não gerada por sinais dos nervos periféricos, ela tocou numa questão de suma importância.

A falácia de reduzir a percepção à recepção fica especialmente clara quando se analisam os membros fantasmas. Muitos médicos explicam essas sensações como o produto de terminações nervosas inflamadas ou danificadas que permaneceram no toco, enviando sinais aberrantes ao cérebro. Essa explicação, contudo, devia ter sido posta sob suspeita há muito tempo. As tentativas de muitos cirurgiões para aparar o nervo problemático produzem os mesmos resultados experimentados por M. quando o nervo sensorial da sua testa foi seccionado: um breve período de alívio, seguido de retorno à sensação anterior.

Além disso, as sensações que as pessoas têm em seus membros fantasmas são ricas e variadas demais para serem explicadas apenas pela atividade residual e aleatória de um nervo danificado. Existem não só relatos de dor como também sensações de sudorese, calor, textura e movimento de um membro perdido. Não há experiência que as pessoas tenham com membros reais que não se manifeste nos membros fantasmas. Sentem a perna fantasma balançar, um fio de água correr pelo braço fantas-ma, um anel que fica apertado demais num dedo fantasma. Muitas crianças usam seus dedos fantasmas para contar e resolver problemas de aritmética.

V. S. Ramachandran, ilustre neurocientista da Universidade da Califórnia, descreve o caso de uma mulher que nasceu apenas com tocos nos ombros, mas que, ainda assim, até onde consegue se lembrar, sempre sentiu ter braços e mãos. Ela chega mesmo a se sentir gesticulando quando fala. As sensações fantasmas não ocorrem apenas em membros. Cerca de metade das mulheres submetidas a operações de mastectomia sente que possui um seio fantasma, cujo mamilo é a parte mais nítida.

Qualquer um já pode ter tido a experiência de uma sensação fantasma. Quando o dentista nos aplica uma anestesia local e o lábio fica insensível, os nervos tornam-se inativos. Mas ninguém sente seu lábio desaparecer. Pelo contrário: a sensação é de que ele fica maior e mais inchado que o normal, embora seja possível ver num espelho que o tamanho do lábio não mudou.

A definição de percepção, que começa a se estabelecer, poderia se chamar de teoria do "melhor palpite do cérebro": a percepção seria o melhor palpite do cérebro sobre o que ocorre no mundo exterior. A mente integra sinais esparsos, fracos e rudimentares oriundos de uma variedade de canais sensoriais, além de informações de experiências passadas e processos nervosos, para produzir uma experiência sensorial que o cérebro dota de cor, som, textura e significado. Vemos um cachorro correndo aos saltos por trás de uma cerca de tábuas não porque seja esta a transmissão que recebemos, mas porque é a percepção que o nosso cérebro, como um bom tecelão de fios soltos, nos apresenta como sua melhor hipótese do que está acontecendo no mundo exterior, a partir das informações parciais que recebe. Perceber é inferir.

Essa teoria - que por enquanto não passa de uma teoria - explica alguns fenômenos desconcertantes. Entre eles, uma experiência que Ramachandran organizou com vítimas de dores em braço amputado. Os pacientes enfiavam o braço que lhes sobrava por um buraco na lateral de uma caixa em que se ajustava um espelho no interior, de maneira que, quando olhavam pela abertura da tampa, o braço e sua imagem refletida lhes davam a impressão de terem dois braços. Ramachandran então pedia a eles que deslocassem tanto o braço intacto quanto, em sua mente, o braço fan-tasma - fingindo, por exemplo, que regiam uma orquestra. E os pacientes tinham a sensação de que voltavam a ter dois braços. Embora soubessem que era apenas uma ilusão, ela lhes dava um alívio imediato. Pessoas que tinham passado anos sofrendo com a incapaci-dade de abrir um punho fantasma sentiam, de repente, que aquela mão se abria; braços fantasmas em posições de contorção dolorosa finalmente conseguiam relaxar.

Com o uso diário da caixa de espelho ao longo de várias semanas, os pacientes sentiam que seus membros fantasmas na verdade iam encolhendo, até se recolherem ao toco, e, em vários casos, acabavam desaparecendo por completo. Pesquisadores do Centro Médico Walter Reed, do Exército americano, publicaram recentemente os resultados de um estudo randômico da terapia com espelhos em soldados com dores nos membros fantasmas, mostrando que foi obtido um sucesso impressionante.

Boa parte desse fenômeno permanece obscura, mas eis o que sugere a nova teoria: quando um braço é amputado, as transmissões nervosas cessam, e o melhor palpite do cérebro, muitas vezes, parece ser que aquele braço continua no mesmo lugar, mas paralisado, travado ou afetado por fortes cãibras. Esse estado de coisas pode se manter por anos a fio. A caixa de espelho, porém, entra com uma nova informação visual para o cérebro - apesar de ilusória - sugerindo o movimento do braço ausente. O cérebro se vê obrigado a incorporar a nova informação ao seu mapa sensorial. Por isso, muda o seu palpite, e a dor desaparece.

A nova teoria também pode explicar o que acontece com a coceira de M. A herpes-zóster destruiu a maior parte dos nervos do seu couro cabeludo. Por algum motivo, seu cérebro deduziu, a partir da escassez das informações recebidas, que alguma coisa que acontecia ali coçava muito - o deslocamento de um lado para o outro de todo um exército de formigas, talvez, bem em cima daquele trecho de pele. Claro que nada disso estava acontecendo, mas o cérebro de M. não recebia sinais em contrário que desmentissem tal suposição. E por isso ela sentia coceira.

Pouco tempo atrás, conheci um homem que me fez pensar se essas sensações fantasmas não serão mais frequentes do que imaginamos. H. tinha 48 anos e saúde perfeita. Ocupava um cargo de direção numa empresa de serviços financeiros de Boston, onde morava com a mulher num subúrbio, quando mencionou uma dor estranha ao seu clínico geral. Por pelo menos vinte anos, disse ele, vinha sentindo uma ligeira comichão que corria ao longo do seu braço esquerdo e descia pelo mesmo lado do corpo. Quando inclinava o pescoço para frente, num certo ângulo, a sensação se transformava num choque elétrico de razoável intensidade. O clínico geral imaginou que se tratava do sinal de Lhermitte, um sintoma clássico que tanto pode ser um indício de esclerose múltipla, quanto de deficiência de vitamina B12 ou de compressão medular decorrente de um tumor ou uma hérnia de disco. Um exame de ressonância magnética revelou a presença de um hemangioma cavernoso, com a massa do tamanho de uma ervilha, desenvolvida a partir da dilatação de vasos sanguíneos que pressionavam sua medula espinhal na altura do pescoço. Uma semana mais tarde, enquanto os médicos ainda cogitavam o que fazer, o hemangioma se rompeu.

"Eu estava varrendo as folhas secas do jardim quando, de um minuto para o outro, senti uma explosão de dor e o meu braço esquerdo parou de responder ao meu cérebro", contou H. quando fui visitá-lo em casa. Assim que o inchaço reduziu, um neurocirurgião comandou uma delicada operação para remover o tumor da medula. A cirurgia teve sucesso, mas depois dela H. começou a experimentar uma constelação de sensações bizarras. Sua mão esquerda lhe parecia enorme, como num desenho animado - com pelo menos o dobro do tamanho real. Desenvolveu ainda uma dor constante, como a de uma queimadura, ao longo de uma faixa de 2 centímetros de largura que se estendia do lado esquerdo do pescoço até o fim do braço. E sentia uma comichão que se deslocava para cima e para baixo ao longo da mesma faixa. Por mais que coçasse a área, não obtinha nenhum alívio

H. nunca aceitou que teria essas sensações para sempre - a perspectiva é muito deprimente - mas elas já persistem há onze anos. Embora a ardência seja tolerável durante o dia, qualquer coisinha é suficiente para desencadear um recrudescimento difícil de aguentar - a sensação do vento frio no braço, o roçar da manga da camisa ou o contato com o lençol. "Às vezes, tenho a impressão de ter sido esfolado, deixando a carne exposta, e qualquer toque é muito doloroso", conta ele. "Outras vezes sinto que me enfiaram um furador de gelo, ou fui picado por uma vespa, ou que alguém me respingou óleo fervente."

A coceira é o mais difícil de tolerar. H. criou calos de tanto se coçar. "Prefiro aliviar a coceira do que evitar a dor que estou provocando para satisfazer a vontade de coçar", disse.

H. já tentou todos os tratamentos: remédios, acupuntura, chás medicinais, injeções de lidocaína, terapia de estímulo elétrico. Nada funcionou e, em 2001, ele teve que se aposentar. Hoje evita sair de casa e vive inventando projetos para si mesmo. No ano passado, construiu um muro de pedra de 1 metro de altura em volta do seu jardim, colocando lentamente pedra por pedra, com as próprias mãos. Mas ainda passa grande parte do dia em casa, depois que sua mulher sai para o trabalho, sozinho, com seus três gatos, sem camisa e com o aquecimento ligado no máximo, tentando evitar os acessos de dor.

Seu neurologista apresentou-o a mim como um exemplo de paciente afetado por uma coceira intensa de causa central, e não periférica. Um dia, estávamos sentados na sala da casa de H. O sol entrava por uma das grandes janelas que davam para o jardim. Um de seus gatos, um vira-lata castanho, estava enrodilhado ao meu lado no sofá. H. estava numa poltrona, usando uma camiseta roxa bem larga, que só vestira para me receber. Ele me dizia que via seu problema como um "interruptor enguiçado" no pescoço, no local antes ocupado pelo tumor, uma espécie de fio solto enviando sinais falsos ao cérebro. Eu lhe falei dos indícios cada vez maiores de que nossas experiências sensoriais não são transmitidas para o cérebro, mas na verdade se originam nele. Quando cheguei ao exemplo das sensações em membros fantasmas, ele ficou interessado. Quando arrisquei que ele poderia querer tentar o tratamento da caixa de espelho, ele concordou. "Tenho um espelho no andar de cima", disse.

Voltou para a sala trazendo um espelho reclinável de corpo inteiro. Eu o fiz ficar de pé, com o peito encostado a uma das laterais, de maneira que seu braço esquerdo problemático ficasse atrás dele, e seu braço direito normal confrontasse a superfície do espelho. Ele reclinou a cabeça para que, ao olhar no espelho, a imagem do seu braço direito parecesse ocupar a posição do braço esquerdo. Então eu pedi que movesse os dois braços de verdade, como se estivesse regendo uma orquestra.

A primeira coisa que ele manifestou foi decepção: "Não é a mesma coisa que olhar para a minha mão esquerda." Mas em seguida, de repente, começou a ser.

"Caramba!" disse ele. "Que coisa mais estranha."

Depois de alguns momentos, percebi que ele tinha parado de mover o braço esquerdo. Ele me contou, no entanto, que ainda tinha a impressão de deslocá-lo. E mais: as sensações nesse braço haviam mudado totalmente. Pela primeira vez em onze anos, sentia sua mão esquerda "voltar" ao tamanho normal. Sentiu ainda uma atenuação da dor ardida no braço. E a coceira também diminuiu.

"Isto é mesmo muito estranho", comentou.

Ainda sentia a dor e a coceira no pescoço e no ombro, onde a imagem do espelho não alcançava. E, assim que se afastou do espelho, as sensações aberrantes no seu braço esquerdo retornaram. Começou a usar o espelho algumas vezes por dia, mais ou menos quinze minutos, e eu lhe telefonava periodicamente para saber como estava indo.
"O mais impressionante foi a mudança do tamanho da minha mão", conta ele. Depois de algumas semanas, sua mão voltou a parecer do tamanho normal o tempo todo.

O espelho foi o primeiro tratamento eficaz que encontrou para aliviar os acessos de coceira e dor. Antes, ele não podia fazer nada, além de sentar e esperar que o tormento passasse, o que às vezes podia levar uma hora ou mais. Agora, recorre ao espelho. "Nunca vi nada parecido", disse. "É o meu espelho mágico."

Outros sucessos isolados foram registrados com o tratamento do espelho. Em Bath, na Inglaterra, vários pacientes atingidos pela algodistrofia, ou síndrome da dor regional complexa - sensações agudas e desabilitantes num membro, de causa desconhecida - parecem ter conseguido a cura completa depois de seis semanas de terapia. Na Califórnia, a terapia com espelho ajudou pacientes de derrame cerebral a se recuperarem de uma condição conhecida como heminegligência, que produz o oposto de um membro fantasma - para esses pacientes, uma parte do corpo que ainda têm parece não mais lhes pertencer.

Essas descobertas propiciam possibilidades fascinantes: é possível que muitos pacientes tratados como portadores de uma lesão ou doença nervosa tenham, na verdade, o que poderia ser chamado de uma "síndrome de sensor". Quando a luz de alerta do painel de um carro insiste em dizer que o motor está com problemas, mas os mecânicos não encontram defeito algum, o problema pode ser o próprio sensor. O mesmo se aplica aos seres humanos. Nossas sensações de dor, coceira, náusea e cansaço têm normalmente uma função protetora. Mas podem se transformar num pesadelo quando se dissociam da realidade física: como no caso de M. com sua coceira intratável ou de H. com seus sintomas bizarros - e talvez de centenas de milhares de outras pessoas, afetadas por dores crônicas nas costas, fibromialgia, dores pélvicas persistentes, zumbido nos ouvidos, distúrbios da junta temporomandibular ou lesões por esforço repetitivo, em que nenhuma cirurgia, nenhum exame por imagem ou teste de nervos consegue chegar a uma explicação anatômica. Os médicos insistem em tratar essas condições como problemas nos nervos ou nos tecidos - como defeitos mecânicos, por assim dizer. Abre-se o capô e retira-se isto, troca-se aquilo, corta-se este ou aquele fio. Apesar de tudo, o sensor continua aceso.

O que só produz frustração. E insistência: "Afinal, não há nada de errado." Em pouco tempo, é o motorista que começa a ser tratado, em vez do defeito. São prescritos tranquilizantes, antidepressivos, doses cada vez maiores de narcóticos; e muitas vezes as drogas tornam mais fácil para as pessoas ignorar esses sensores, mesmo que estejam diretamente conectados ao cérebro. Já o tratamento do espelho tem como alvo o próprio sistema descalibrado de detecção. Essencialmente, ele pega um sensor que aciona indevidamente o alarme - um sistema de alerta, que funciona sob a ilusão de que alguma coisa vá muito mal no mundo que monitora - e o alimenta com um conjunto alternativo de sinais que o acalmam. E os novos sinais podem até convencer o sensor a reinicializar, como se apertassem seu botão de reset.
Isso poderia ajudar a explicar, por exemplo, o sucesso do conselho que vários especialistas em dores nas costas vêm dando nos dias de hoje. "Trabalhe mesmo com dor", dizem eles a seus pacientes e, com uma frequência surpreendente, a dor passa. O que é um fenômeno impressionante. Em sua maioria, porém, toda dor crônica nas costas começa como uma dor aguda - em consequência de uma queda, por exemplo. Geralmente, a dor cede quando a lesão se cura. Em alguns casos, contudo, os sensores da dor continuam acesos muito depois de debelado qualquer dano nos tecidos. Nessas situações, trabalhar mesmo com dor pode fornecer um feedback contraditório ao cérebro - um sinal de que a atividade normal, na verdade, não causa nenhum prejuízo físico. O que reinicializa o sensor.

Essa nova compreensão das sensações aponta para todo um arsenal de tratamentos em potencial - baseados não em drogas ou cirurgias, mas na manipulação criteriosa das nossas percepções. Pesquisadores da Universidade de Manchester, na Inglaterra, foram um pouco além dos espelhos e criaram um sistema de imersão em realidade virtual para pacientes com dores em membros fantasmas. Detectores transpõem o movimento dos membros reais para um mundo virtual em que os pacientes têm a impressão de se mover, se alongar e até mesmo jogar bola. O sistema foi testado por cinco pacientes, e todos experimentaram uma redução da dor. Ainda não se sabe se os resultados serão duradouros. Mas a abordagem abre a possibilidade de se projetar sistemas semelhantes para ajudar pacientes com outras "síndromes de sensor". De que maneira, podemos nos perguntar, uma pessoa com dor lombar crônica se sentiria num mundo virtual? O estudo de Manchester sugere que podem existir muitas maneiras de combater nossos fantasmas.

Liguei para Ramachandran para lhe falar da terrível coceira de M. A sensação pode ser fantasma, mas como está no couro cabeludo, e não em um membro, parece improvável que o espelho possa ajudá-la. Ele me contou uma experiência em que enchia os ouvidos das pessoas com água gelada, o que confunde os sensores de posição do cérebro, levando os participantes a imaginar que suas cabeças estão em movimento. Em certos pacientes com membros fantasmas, ou atingidos por derrames, essa ilusão corrige suas percepções equivocadas, pelo menos por algum tempo. O que talvez pudesse ajudar M., comentou ele. Em seguida teve outra ideia. "Se você pegar dois espelhos e os dispuser perpendicularmente um ao outro, vai obter um reflexo não invertido. Nessa imagem, a metade direita do seu rosto irá aparecer do lado esquerdo, e a metade esquerda no lado direito. Mas se você não se mexer, seu cérebro não terá como perceber que a imagem está replicada", disse ele.

"Vamos supor que ela se olhe nesse espelho e coce o lado esquerdo da cabeça. Não, espere um pouco - estou pensando em voz alta - vamos supor que ela se olhe nesse espelho e outra pessoa toque no lado esquerdo da cabeça dela. Vai parecer - e talvez ela venha a sentir - que o toque está atingindo o lado direito." Soltou uma risada maliciosa. "E isto talvez faça seu couro cabeludo parar de coçar tanto." Talvez isso levasse o cérebro de M. a fazer outra inferência perceptiva, o que poderia reinicializar o sensor.

"Quem sabe?", ele disse. Achei que valia a pena tentar.

Fonte: Revista Piauí

NOTA: 
Decidi, após várias pesquisas, broncas da minha oftalmologista e, principalmente, depois de ler esse artigo, aguardar que meu cérebro reaprenda a ver com as minhas novas células do epitélio da córnea esquerda, que cresceram após um período de 40+40 dias (duas intervenções cirúrgicas) para retirar total do epitélio doente.

Ainda não estou enxergando perfeitamente e, sob certas circustâncias, tenho muita dificuldade. Nem de perto e nem de longe e, ainda por cima, a cirurgia realizada no olho esquerdo, está interferindo na visão do olho direito.

Na verdade, isso é mentira! Minha oftalmologista me provou que eu não tenho mais nenhum problema físico no olho esquerdo. E que era somente uma adaptação do cérebro reaprendendo a ver e que isso, pode durar até 6 meses. Estou no aguardo! Mas, a vida não é aquilo que você olha, mas sim, aquilo que você vê!!!


Comecei a utilizar essa técnica do "espelho", aqui na USP com um amigo que teve  derrame cerebral e está com o lado esquerdo superior paralisado. Por enquanto, ele informa que começa a sentir um certo formigamento em seu braço e mão, mas ele não é muito perseverante e eu tenho que lembrá-lo todos os dias de realizar os, pelo menos,  15 minutos de exercícios. As vezes parece que as pessoas não estão interessadas nas melhoras  e isso tem muito a ver muito com os ganhos primários e ganhos segundários da teoria psicanalítica  Freudiana, tão bem testada e aplimorada por Melanie Klein. É uma pena, mas.... Vamos tentando!

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

PT SAUDAÇÕES

E para encerrar o dia!

Que me desculpem as “grandes” cabeças por eu saber ler e escrever.

Eu sei que estou fora do padrão, mas compreensão de texto é básico para qualquer curso e deveria ser obrigatório em qualquer profissão!

PT SAUDAÇÕES (PT de PONTO, pois eu sou ANARQUISTA, graças a Deus...)

Zero x Zero

Pergunta:
Como um macaco, que só sabe comer banana, pode aprender a comer abacaxi sozinho?
Nota:
a)O macaco está morrendo de fome;
b) O macaco não pode morrer de fome;
c) O macaco foi criado em cativeiro;
d) O macaco tem cérebro de macaco!

Desculpe-me, mas para mim, quem vive de "título" é time de futebol...

¿Por qué no te callas?

Quer saber o que é sinônimo de incompetência, desinformação, superficialidade e falta de comprometimento?

"Se não têm pão, que comam brioches"

Esta frase, atribuída a Maria Antonieta (Rainha Consorte da França), teria sido proferida a uma de suas camareiras certa vez que um grupo de pobres foi ao palácio pedir pão para comer. Porém, é consenso entre vários historiadores que a rainha não proferiu isso, mas, mesmo assim, foi amplamente utilizado pelos revolucionários franceses.

Proferindo ou não essas palavras, o certo é que não foi somente por isso que seu futuro acabou na guilhotina.
 
Esta frase ficou marcada como sinônimo da “indiferença” que determinadas pessoas, principalmente,  administradores possuem pelos seus administrados.

No caso acima, seus pares perderam a cabeça, guilhotinados, porém, hoje há cabeças “maiores” que a deles e que ainda andam sobre o pescoço de muitos soberbos por ai. Gênios de plantão, além de não resolverem nada, simplesmente possuem a grande capacidade de atrapalhar o mais simples dos processos.

Soluções superficiais não resolvem problema nenhum e, superficialidade é típico e característico dos incompetentes ou, pior ainda, daqueles que não estão comprometidos com ninguém ou com causa nenhuma, somente com o tamanho do seu próprio umbigo.

De uma boca incompetente só pode sair àquilo que deveria ser desprezado por um vaso sanitário.

Vive le Monsier Guilhotine....

Infelizmente, a moda não pegou aqui, pois as “maiores” cabeças ainda continuam nos menores pescoços!

Parafraseando o Rei Juan Carlos da Espanha: ¿Por qué no te callas?

Das duas uma, ou não fale o que não sabe ou, não jogue pérolas aos porcos, porque, em nenhum dos casos, eles não sabem mesmo o que fazer com elas, as palavras ou as pérolas!
 

sábado, 17 de setembro de 2011

Um mês de vida da minha pequenininha - Aos 17 de setembro de 2011 - as 11h35

Via Facebook, por Nelson Barbosa Jr., sábado, 17 de setembro de 2011 às 14:38
 
Um mês de vida da minha pequenininha!!

Pode ser um mês sem dormir, um mês de cocos e fraldas, um mês de choros e muitos berros, um mês de aprendizados diários e,  principalmente, noturnos.

Às vezes você quer desistir, às vezes você acha que não vai conseguir, as vezes você acha que nada é nada e tudo é tudo ou, ao contrário.

São dias de desespero, dias de angústias e dias de muito sofrimento.

Noites mal dormidas e dias extremamente corridos e agitados. Não da para fazer nada e nada é algo que você não pode se dar ao luxo de não fazer.

Criam-se estratégias, metodologias, procedimentos e tudo isso, no final, não funciona!

Combinamos, eu e a Didica, que enquanto um tenta descansar o outro assume o posto de combate e, vice e versa.

Porém, a teoria (sempre) na prática é outra, pois o planejamento inicial, medial e colateral, nem sempre corre com gostaríamos.

Desculpe-me, reformulando: NUNCA OCORRE COMO O PLANEJADO!

O resultado final, fica muito a quem daquele que era esperado. È necessário realizar ajustes precisos e imediatos, que muitas vezes, são de uma urgência urgentíssima ou urgentérrima!

Ou seja, nada do que você vislumbrou acontece como o vislumbrado. Você aprende que tudo aquilo que pensou, era só fantasia! A vida real é bem diferente daquela que passa no cinema.  Muiiito!! Bom, se o filme possuir mais de 3 horas de duração, nem no cinema você agüenta, imagine mais que isso.

Aparelhos, você desliga! Gente, você (educadamente) manda embora. Sapato ou roupa, você joga fora.  Carrinhos, bonecas ou brinquedinhos, você guarda no armário para brincar depois. Se quebrou, joga fora! Filmes, vídeos, novela, jornal, você  assiste se quiser (no nosso caso, se tiver tempo), ou se não quiser, muda de canal ou desliga a televisão.

Um bebê não tem botão de desligar e como já disse a tia Ié, vem sem manual. Não da para negociar. Não da para discutir a relação. Não dá para você colocar na mesa os prós e os contras e exigir uma ação diferente. É daquele jeito ou, melhor, é de jeito nenhum! Mas é assim é que é e, acabou!

Quer, quer! Num qué, dá ré! Mesmo que ré seja voltar para o "tudo" de novo...

Não da para dizer: Cansei! Para o ônibus que eu vou descer ou, a brincadeira esta muito legal. estou me divertindo bastante mas, agora,  eu tenho que ir embora fazer a lição de casa e lavar a louça. Fui!!

Nada acontece do jeito que você planejou. Acontece sim, mas de um jeito que você nunca poderia ter planejado.

É uma dor de cabeça tremenda! Você não tem tempo nem para ir ao banheiro, tomar banho, comer, conversar, respirar ou simplesmente, viver. A principal razão de todos os seus atos e da sua vida, agora, é aquele serzinho minúsculo que não fala, não anda e é totalmente dependente de você.

É... Pode ser difícil, pode ser complicado e, vez por outra, você quer que tudo volte para o útero, não no caso dela (bebê),você é quem quer voltar para útero da sua mãe, se possível, para o útero da sua avó!

Mas esse serzinho, com todas as dificuldades que apresenta, quando dá aquele bocejo de soninho, quando vira o olhinho parecendo que vai dormir, quando emite um somzinho de prazer incrível ou, quando dá pequenos sinais de um proto sorriso, mesmo que sejam simplesmente espasmos, tudo que você passou (ou está passando), todo o desespero ou a vontade de desistir, magicamente, desaparece!!

Não dá para medir o que é isso! Não se pode medir o que é ser pai ou ser mãe, ou melhor, pai-mãe e tudo misturado.

Parabéns meu Homer Simpson!! Parabéns minha fábrica de coco e xixi! Parabéns minha Bezerrinha ainda não desmamada. Parabéns meu despertador biológico programado para todas as horas, Parabéns minha linda e enorme  preciosidade.

Isso é o milagre da vida. É o milagre que renova o mundo. Esse é o maravilhoso dom do ser humano, onde este, é capaz de se igualar a Deus na produção de  um ser que, mesmo sendo um pedaço de você, já tem vontades e vida própria, e que precisam ser respeitadas, mas que nesse momento, necessita de cada minutinho da sua atenção. E aja atenção!

Filhota, parabéns pelos seus 30 dias de vida pós uterina!!! Um mês se passou. Um mês cheio de "todas" e "todos" os tipos de emoções...

Eu, Mamãe e o Titico te desejamos todo nosso amor e carinho!!! E temos que agradecer è todos os nossos amigos, parentes e aqueles que nos ajudaram, auxiliaram, choraram e riram conosco nesse primeiro mês!

NÓS AMAMOS MUITO VOCÊ!!!!

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Cabeça de minhoca que cospe pérolas

Via Face:por Nelson Barbosa Jr., quarta, 14 de setembro de 2011 às 19:13
 
 
Acabei de tomar uma bronca de uma de minhas inúmeras e internacionais fãs, porque parei de escrever!

Eu sei que é feio copiar textos dos outros para preencher minhas lacunas obrigatórias de escritor mundialmente reconhecido, porém, estou sem tempo para nada e, sinceramente, como estou sem dormir direito por tanto tempo, meu cérebro não funciona mais como deveria e não atende aos meus comandos. Estou me sentindo até, digamos, "uma Loira", de tão anormal que estou!! (Nada contra as loiras. Principalmente, gelada e em cima da mesa – Mas como não estou bebendo há quase 9 meses – daqui a pouco nasce – Pouco importa se você se importou ou não!!).

Bom, anteontem, segundo a Mandica, eu acordei na mamada das 12 badaladas noturnicas e fiz minha parte. Na das 3h da matina eu estava presente, mas só de "corpo presente". Nessa, eu saí do quarto, demorei algum tempo (em algum lugar do presente), voltei sem falar nada, deitei e dormi (ou continuei dormindo). Sonambulismo?? Sei lá essas coisas me dão medo! E se numa dessa eu encontro a “loira do banheiro” ou “homem do saco”, ou pior ainda, o homem (aqui) “sem “ saco! Perigoso...

Bom, mesmo assim, até aí nada de muito espanto, o problema é que, no café da manhã do dia seguinte, depois de comentado o ocorrido, eu, deveras assustado, não me dei conta do que fiz. Não sabia onde tinha ido e por quanto tempo fiquei nesse lugar que não sei onde fui! Muito Estranho... Abdução talvez?

Será que após uma sessão de hipnose vou lembrar que enfiaram alguma coisa em mim, que eu não gostaria que tivessem enfiado se eu estivesse acordado? Ou, pior, será que sugaram o meu sêmem para criar um monte de ET´zinhos com a minha cara?

Que mau gosto é esse!!

Bom, que vai ficar melhor que um Cinza, isso vai...

Mas já to vendo um monte de ETzinho gritando papai em "ETnês"! E pensão?? O que eles usam como moeda, lítio?? (Isso é bom para depressão e crise bi-polar)

Deixa para lá... Mas, ainda é melhor do que alma!! Morro de medo de alma...

Nesta noite, na mamada das 4h, a Didica disse que eu estava dormindo, porém, estava conversando ( e alto) com alguém! Disse que eu falei muito...

Bom, não costumo falar dormindo, nem durmo falando. Se estou falando dormindo, ou estou trabalhando dormindo, ou brigando dormindo. As duas coisas que eu sei fazer bem, mesmo dormindo!! De qualquer forma, estou cansado...

Muuuiiiiittttooooo Cansado!!

E esse negócio de andar por aí dormindo, falar dormindo me preocupa, o que será que eu posso mais fazer “dormindo” que nem os mistérios entre os céus e a terra podem saber???

Bejos e adios.... Volto a qualquer dia!

Paternidade baixa níveis de testosterona, diz estudo

 Pesquisadores acreditam que homens são biologicamente programados para cuidar de seus bebês

Via Facebook, por Nelson Barbosa Jr., quarta, 14 de setembro de 2011 às 11:43
*Link enviado pela minha obstetra preferida Valéria Vaz de Góes

Cientistas descobriram que depois que os homens se tornam pais, seus níveis de testosterona caem, indicando que eles são biologicamente programados para cuidar de seus bebês.

A queda na quantidade de hormônio masculino faria com que os homens se tornassem mais ligados à família, segundo os pesquisadores da Universidade Northwestern, nas Filipinas.

O estudo publicado na revista científica The Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) acompanhou 624 homens antes e depois de eles se tornarem pais e descobriu que logo após o nascimento do bebê, seus níveis de testosterona caíam substancialmente.

Apesar de os níveis de testosterona - hormônio normalmente associado ao desejo sexual masculino - baixarem naturalmente com a idade, a queda nos homens que se tornaram pais foi mais do que o dobro daquela verificada nos homens sem filhos.

Cooperação
Pais de bebês recém-nascidos, com menos de um mês de idade, apresentaram níveis especialmente baixos do hormônio.
Quedas maiores também foram verificadas naqueles que passavam mais de três horas por dia brincando, alimentando, dando banho, vestindo ou lendo para seus filhos.

"Criar crianças é um trabalho tão grande que, por necessidade, requer cooperação e nosso estudo mostra que os pais são biologicamente programados para oferecer ajuda com esta função", disse o líder da pesquisa, Christopher Kusawa.
"A paternidade e as exigências de se ter um recém-nascido em casa tornam necessários muitos ajustes emocionais, psicológicos e físicos. Nossa pesquisa indica que a biologia de um homem pode mudar substancialmente para atender estas demandas."

Evolução
Os pesquisadores também acreditam que os níveis mais baixos de testosterona podem proteger contra certas doenças crônicas, o que poderia explicar, em parte, por que homens casados e com filhos são, em geral, mais saudáveis que homens solteiros da mesma idade.

O professor Allan Pacey, da Universidade de Sheffield, na Grã-Bretanha, disse que a descoberta é fascinante.
"Os níveis de testosterona em homens geralmente não variam muito. Eles podem diminuir vagarosamente como parte do processo de envelhecimento ou em resposta a alguma doença ou tratamento médico, mas observar mudanças drásticas em resposta à vida familiar é muito interessante", disse ele.

"As observações podem fazer algum sentido evolutivo, se aceitarmos a ideia de que homens com níveis mais baixos de testosterona têm maior probabilidade de manter um relacionamento monogâmico com sua parceira e de cuidar de seus filhos. No entanto, seria importante checar de forma irrefutável que há uma ligação entre níveis de testosterona e comportamento."

ESTADÃO.COM.BR -  13 de setembro de 2011 | 6h 30
http://www.estadao.com.br/noticias/geral,paternidade-baixa-niveis-de-testosterona-diz-estudo,771901,0.htm


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(Publiquei! Quer processar, processe! Não vou ficar (mais) sem dormir, do que já não estou dormindo.

Ié (Valéria Vaz de Góes). Estou preocupado com meu nível de testosterona. Se eu começar a falar fino, menstruar ou gerar leite você me atende??
Bjs

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

...DA EMOÇÃO À LESÃO!!!

As pessoas reagem diferentemente ao estresse, ou a qualquer dor emocional, inclusive, quando falamos em termos de eventuais doenças psicossomáticas ou, aquilo que afeta o psiquismo e é liberado (ou libertado) através do soma (do grego somatikos que diz respeito ao corpo físico; matéria).

Ao estudarmos o “afeto”, notamos que parece haver uma espécie de filtro (exemplificados como hipotéticas lentes oculares) atuando sobre o entendimento do indivíduo e, é através delas (destas hipotéticas lentes) que os fatos ou eventos são percebidos. Assim, de indivíduo para indivíduo, as situações são percebidas diferentemente, às vezes, podem ser estressantes para alguns e, estranhamente, não estressantes para outros.

Essa sensibilidade pessoal diante da vida exerce um efeito atenuante ou agravante, que dependerá mais da própria personalidade, desenvolvimento cultural e/ou psíquico, do que das circunstâncias em si.

Podemos assim dizer que, a exemplo, uma elevação da pressão arterial diante de situações de estresse, vai depender mais da avaliação pessoal (subjetiva) que o indivíduo faz ou tem da situação, do que da própria situação.

Cardiologistas concordam que os níveis de elevação da pressão arterial estão, na maioria das vezes, mais associados ao quadro emocional situacional, do que a problemas fisiológicos, porém, persistindo-se o estado emocional, o fisiológico assume como um estado sem solução e se defende a sua maneira. 

Alguns observadores notaram que os hipertensos podem tender ao pessimismo antecipado, visualizar conseqüências negativas nos fatos ou, possuir uma interação pessoal e social que, normalmente,  é vista como fonte de ansiedade e estresse.

De acordo com esse aspecto subjetivo, da resposta do sujeito às situações emocionais, podemos entender porque, diante de situações semelhantes, indivíduos diversos reagirão de forma diferente.

Da mesma forma que o posicionamento anterior, também o modo de enfrentar cada situação é peculiar e particular ao indivíduo, conforme sua história, circunstâncias, aptidões e personalidade. Essas aptidões são aquelas que nos oferece maiores ou menores "opções" de enfrentamento da situação.

Resumindo! Aquela sua dor de cabeça, de barriga, nas costas, nas pernas, na garganta ou em qualquer outro lugar, pode e, provavelmente, é ocasionada por um processo psicossomático.

Podemos achar que isso poderia ter algum fundo verídico, porém,  não explicaria o caso de bebês que, segundo estudos, não podem apresentar reações psicossomáticas, já que os mesmos, ainda não possuem estrutura psíquica, emocional ou vivencial definida.

Bom, acreditamos erroneamente que estes, não possuam estas vivências, porém, como o bebê, nos nove meses de gestação, está intimamente ligado a mãe que, por conseguinte, sente tudo que se passa com as situações particulares e do ambiente, melhor seria tratar o bebê como uma extensão da mãe e não, como um indivíduo em separado.

As situações vividas afetam, tanto a mãe, como ao bebê, diretamente. Assim, seria errôneo dizer que este não possui vivência emocional e/ou psíquica, ou seja,  é muito provável que, mesmo em sua vida uterina, haja necessidades ou reações psicossomáticas.

Lembramos que, só o fato de ocorrer qualquer tipo de mudança de, ou no ambiente “normal”, é razão suficiente para ocasionar efeitos psicossomáticos graves, ainda mais, quando pensamos no nascimento de um bebê que, por razões óbvias,  para ele (bebê), deva ser deveras estressante.

Ainda mais, quando, além disso, vemos que este tem de se adaptar a uma vivência estranha, em um ambiente estranho,  com sons, iluminação e objetos estranhos a sua volta, característicos de uma nova vida, pós-uterina.

Porém, acreditando e avaliando a criança que ainda existe em todo adulto, é verdade que, quase sempre, tentamos fugir dos problemas, adversidades, situações estressantes ou coisa que o valha, porém, fugindo de uma situação desta, simplesmente adiamos a resolução, porém, não adiamos os efeitos.

O enfrentamento sempre é o ideal (mesmo que “ideal” seja ilusório). Perdendo ou ganhando, a partir de um posicionamento direto, o problema terá uma solução. Pode ser que não seja a solução desejada, pode se,r que nem seja uma “solução”, porém, é melhor ter um posicionamento sobre um determinado assunto, do que um problema permanente e freqüente. 

A fuga, nestes casos, só protelará uma nova situação de enfrentamento, que se, novamente não enfrentada, vai transbordando o psiquismo (emocional) com energias deletérias. Nessas horas o organismo paga o preço e tenta criar diversas formas de se livrar deste transbordamento energético, procurando válvulas de escape que, invariavelmente, irão refletir no corpo físico.

È por isso que, vez por outra,  práticas não ortodoxas causam mais efeitos benéficos do que aquelas que, hoje em dia, baseiam-se em estudos científicos, teses ou antíteses.

Devemos lembrar que para  “o antigo” essas eram as práticas ortodoxas! Um abraço, um carinho, uma atenção, um ombro amigo, um ouvido que ouça e o desejo de que o outro melhore, funcionam melhor do que qualquer medicação seja ela, alopática ou não.

Preste atenção se suas doenças não são causadas por você mesmo ou pelo ambiente em que você vive.  Seja mais leve consigo mesmo, não se cobre tanto e mude! Mude sempre. Mude de perspectiva, mude de idéias, mude de conceitos.  Mudanças na vida,  é a única coisa que não muda. Provavelmente sua qualidade de vida irá melhorar, ou na pior das hipóteses, você será obrigado a criar novas sinapses, aprenderá sobre novos assuntos e vivenciará novas vivências e conceitos.

Yo no creo en brujas, pero que ellas hay... Hay!!!

Porém, acredito cada vez mais nas benzedeiras (ou rezadeiras). Elas existem (não tantas assim como antigamente), mas que funcionam.. Ahh.. Funcionam!.

Beijos a todos os amigos, as ajudas e energias positivas que recebemos.

Dizem que energia é, simplesmente,  energia. O bom ou ruim,  é o que fazemos com elas.